O Palácio da Ventura
Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busca anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formusura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão -- e nada mais!
Antero de Quental
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2 comentários:
Li este soneto pela primeira vez no 11º ano, ao folhear o meu livro de português. claro que não foi abordado na aula, nunca o eram aqueles que eu gostava, mas ficou-me sempre na memória. Ontem, por acaso, ao deambular pela net, redescobri-o e decidi partilhá-lo com vocês..espero que gostem
Antero no seu melhor, numa das suas frequentes fases Noturnas do seu bipolarimo emocional.
E este é fácil identificarmo-nos com.
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