terça-feira, abril 24, 2007

Estou de volta

Meus caros amigos,

após uma viagem de 8 dias por terras espanholas, seguida de uma avaria que me varreu com toda a informação que tinha no cpu (o disco foi à vida), aqui estou eu de volta aos "posts".
Entretanto e desde o meu último "post" muita coisa aconteceu e, pelo menos uma, teima em não acontecer. Estou-me a referir, está claro, à nota de Medicina Legal...teima em não aparecer..realmente, um professor que lecciona 2 semanas de aulas por ano (uma semana num semestre e outra noutro) tem pouco tempo livre para corrigir exames de 4 perguntas, todos iguais..é uma injustiça aquilo por que as nossas universidades fazem passar estes senhores...
Em relação aquilo que aconteceu..de referir a FANTÁSTICA intrevenção cívica dos elementos do "Gato Fedorento" parodiando o cartaz que o PNR colocou no Marquês.. Era minha intenção dedicar um só "post" a este episódio, mas entretanto com todos os problemas inerentes à avaria da máquina passou demasiado tempo e agora creio não fazer já grande sentido..
Ficamos também a saber que em portugal se podem fazer cadeiras por fax, especialmente se estes faxes trazem em anexo um cartão de membro do governo, sendo o aluno esse mesmo membro do governo. No meio de toda a turbulência ainda houve tempo para uma grande notícia....Paulo Portas, que nem cavaleiro andante, salva o CDS de Ribeiro e Castro..Grandes momentos de humor nos esperam portanto..ou, pelo menos, um oceano de demagogia mascarado por um bronze de solário aliado a colgate total branqueador. Cá estaremos todos para assistir ao espectáculo.
Por fim, ficamos a saber que o Eusébio, esse grande jogador, "padece de aterosclerose"..aterosclerose, quem diria...É o que dá andar de transportes públicos!!não há nada pior pra aterosclerose que o metro em hora de ponta..é só gente a espirrar-nos pra cima...ou é disso ou é do termoço, ouvi o médico do hospital da luz a dizer que o castrol pode fazer essa coisa da aterosclerose e, sempre me disseram, que o marisco tem muito castrol...Ficamos também a saber que o preço cobrado à hora numa UCI é superior ao cobrado numa enfermaria normal, caso contrário o Eusébio teria ido para onde iria num qq hospital, para a enfermaria..

terça-feira, abril 17, 2007

Porcupine Tree "Fear of a Blank Planet" 9/10

Existe musica. E existe musica com substância. Musica que, de sentimento em sentimento, toca-nos na alma, nem que subtilmente. Musica para ser amada. Arte. Quantos artistas podemos dizer, 18 anos após, continuarem a ter sensibilidade para construir, uma após outra, autênticas odes ao sentimento humano. E assim, não se trata de musica imediata. É preciso tempo para pensar, compreender, é preciso um compromisso atento, uma vontade forte para tentar perceber a sua beleza inconspícua. Este album é um dos mais coesos e intensos que os Porcupine Tree já fizeram, fluindo, de movimento em movimento, numa épica viagem de 50 minutos de introspecção e libertação.

Miudo de 10 anos. “The pills that I've been taking confuse me”. “Pills” para o vazio. Futilidade. Efémero. Todo o tipo de "drogas" que nos parecem tirar a humanidade, quase nos fazendo esquecer que o mais belo não é o que é visto, mas sim o que é sentido. E desta maneira a primeira faixa evolui, num registo rock energético e arrasador, fazendo lembrar a 1ª faixa do album anterior: revolta-climax-paz, com algumas pinçadelas psicadélicas de piano pelo meio. Mas o álbum evolui a seguir para um sentimento diferente do globalmente nostálgico, melancólico e quase romântico do seu precedente. Violinos transportam “My Ashes”, uma doce balada quase acústica, para um nível etéreo, elevada ainda pela compreensão, do personagem, de que parte de si está vazio “And my ashes find a way beyond the fog, and return to save the child that I forgot...”. E de seguida o pico artístico do álbum. Todo o sentimento mais subtil, todo o poder mais vigorante do rock, unidos numa única música. Anesthetize. Refrões memoráveis, riffs impressionantes (com algum toque de post-metal), atmosferas sublimes, cascatas de vozes celestiais e até etéreos momentos zen, todos combinados e elevados por momentos marcantes como “You were stolen... there's black across the Sun...”. E acaba. Aterrador, só 17 minutos? A próxima, “Sentimental”. “Sentimental” é o momento para chorar. Todas as emoções evocadas anteriormente explodem no piano e guitarras de sonho desta faixa, à medida que Wilson canta “I've wasted my life... I'm hurting inside...”. Sem excessos ou dramatismos. Apenas sentimento, tal qual como ele é. Tempo para recuperar do abalo não se encontra em “Way Out of Here”, outra música comovente, com algumas explosões de raiva, movida pelas suas atmosferas perturbadoras, a sua linha de baixo marcante, e o delicioso e original solo de guitarra. Por fim, “Sleep Together”. Classe. A banda reinventou-se novamente. Fizeram o que parecia impossível. Fundir às atmosferas mais bizarras e psicóticas do electrónico industrial o sinfónico mais majestoso e orquestral. O album acaba numa explosão catártica de violinos. Somos literalmente desintegrados em partículas! Viajamos pelo infinito do cosmos! “Let's leave forever!”. Partir para sempre. Para sempre deste, muitas vezes, local desumano chamado Terra.

E assim o album acaba. Estamos chocados. Queremos mais. E de seguida pomos o album do início. Para o saborear. Estarmos atentos aos pormenores que nos escaparam. Sentir, chorar e partir novamente. Como se estivessemos num intenso e lindo sonho. Um sonho de nos libertamos desta “blank society”, onde cada vez mais se assiste à aterradora indiferença ao apontar uma arma, ao causar sofrimento, ao tirar a vida de outrem. Vidas regidas pela destruição.


Esta obra é no fundo uma única música de 50 minutos, dividida em 6 movimentos. Estes movimentos parecem obedecer quase perfeitamente à sequência de Freud da reacção humana ao choque: negação/raiva -> consciencialização -> depressão -> motivação para mudar -> libertação. Este entendimento transforma a percepção do álbum numa intensa e perturbadora viagem ao ego de um miudo estereotipado.

E assim, o álbum acaba por ser um manifesto ao anti-vazio que contamina a sociedade. Steven Wilson tem o poder de tocar nas pessoas. Todos os álbum da banda têm o seu sentimento peculiar. Ainda não consigo resumir em palavras o que sinto com “Fear of a Blank Planet”. Só sei que o sinto muito... Obra prima.



"Vai para além do bom, do belo ou do impressionante. Mas nem todos o irão perceber" - Rock & Metal
"A primeira compra obrigatória de 2007" - Classic Rock Magazine
"50 minutos de pura classe" - Metal Lords
"Steven Wilson evoluiu para a arte de pintar musica" - Sound and Vision
"dramático, amplo, executado com mestria e genuinamente intrigante" - Q magazine

terça-feira, abril 03, 2007

Torneio Nuno Grande 2007

E eis mais um torneio Nuno Grande que finda, desta vez sem a participação do bravo Miguel Abreu, muito embora o seu espírito estivesse sempre presente, e ainda que a sua voz se tenha feito sentir nos meandros do ambiente caloroso de um bar da Guarda...

Reparem na graciosidade e subtileza do Desmondo Filipão ...

Aqui se vislumbram as abordagens de engate preferidas dos nossos amigos... desde o charme implacável e arrebatador do Alex até à exotic performance do ilustre Rodinhas, não havia moçoila casamenteira que não resistisse..

Posso-vos adiantar que o Dimitri voltou a ser implacável, mantendo-se fiel às suas ideossincrazias. Mais uma vez, revelou-se a peça mais apetecida, tanto dentro dos relvados (até os FEDERADOS o invejavam...) como fora deles, arrebatando e despedaçando o coração das menininhas nuestras hermanas que não aspiravam a mais que uma, UMA palavra saída dos lábios do nosso conterrâneo africano para subirem ao céu.. Concerteza ainda estão lá coitadinhas... sentadinhas à espera.. Já agora, se quiserem estar a par dos últimos acontecimentos da telenovela da noite da SIC, não hesitem em perguntar ao Dimi. Enfim, descansem as nossas mais ilustres meninas! Os homens casados do torneio mantiveram-se fiéis aos seus princípios, ainda que bastante solicitados, alguns deles... (perhaps should I say... "algum?" : D).. É que não faltavam lá menininhas scissor sisters... muito... persuasivas... e um "homem" perdido nas Aves!!!

Mais um momento Bayer...

E é assim a vida. Termino com uma frase do nosso inexpugnável e querido amigo Alex que, na última noite, foi sequestrado por um grupo de rebeldes do ICBAS para uma tasca e, enlevado pelo seu olhar taciturno e algo incrédulo, nos revelaria, após uma longa pausa reflexiva já na viagem de regresso... "epá.. este pessoal bebe MESMO muito...".

Parte das fotos aqui