sábado, outubro 31, 2009

O descobrir da música



Uma das mais belas cenas de sempre, retirada do filme Equilibrium.
Numa sociedade onde até as emoções são controladas, todas as formas de arte, onde evidentemente a música se inclui, foram banidas. Neste trecho, John Preston ouve música pela primeira vez.. e logo a 9ª sinfonia do Beethoven...

segunda-feira, outubro 26, 2009

Revista americana põe Porto no top do Mundo



Os americanos Sharon e Frederik Klein, da prestigiada revista "Travel & Leisure", ficaram deslumbrados no primeiro contacto com a Invicta. "Ao contrário do que se sente em Lisboa, o Porto é um centro cultural com muito mais dinamismo. É, com toda a certeza, a cidade do país com mais charme". O artigo da revista destacou a personalidade única da cidade, traduzida pela simpatia das pessoas, e o seu vinco medieval aliado à marca de grandes arquitectos internacionais contemporâneos. A revista considerou o Porto um dos destinos mais "charmosos e acessíveis" do mundo.

A voz imparcial de dois peritos americanos : )

sexta-feira, outubro 09, 2009

Novidades, novidades.... nenhuma, tudo igual!

Quando as regras são outras, mudem-se!!

Não restam muitas mais palavras para comentar o que abaixo passo a citar...

O Governo mudou, há três semanas, o regulamento do FEDER e do Fundo de Coesão, viabilizando o desvio de verbas das regiões mais pobres para Lisboa. Portugal negociou essa excepção, no QREN, com a Comissão Europeia.

Segundo apurámos, a queixa apresentada pela Junta Metropolitana do Porto, precisamente contestando o desvio de milhões para a capital do Quadro de Referência e Estratégico Nacional (QREN), não deverá ter acolhimento por parte da Comissão Europeia. A transferência deverá ser considerada regular. Contactada pelo JN, a Junta Metropolitana do Porto assegura que ainda não foi notificada de qualquer posição da Comissão Europeia e mantém a convicção de que o desvio é ilegal.

O regime de excepção faz parte de um anexo respeitante às normas de aplicação dos fundos estruturais. Possibilita-se, então, que dinheiro destinado às regiões de convergência possa ser usado em Lisboa, desde que os investimentos tenham reflexo no restante território nacional. É o "spill-over effect", o efeito de difusão que passou a integrar o Regulamento Geral do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e do Fundo de Coesão.

A alteração do regulamento por parte da Comissão Ministerial de Coordenação do QREN, liderada por Nunes Correia, foi aprovada, através de consulta escrita, a 17 de Setembro, já durante o período de campanha para as eleições legislativas. Na Junta Metropolitana, entende-se que se trata de uma alteração "feita à socapa", para dar "cobertura legal" ao "bypass" de verbas para Lisboa.

Na sequência da queixa da Junta Metropolitana do Porto, Bruxelas avançou com averiguações.

Sem avançar com uma data em concreto para o desfecho da queixa colocada por Rui Rio, fontes comunitárias confirmam que a verba transferida da região Norte para a de Lisboa pode encaixar-se na excepção à regra dos fundos estruturais, prevista no QREN 2007-2013, sobre o chamado "efeito de difusão".

Trata-se do "anexo V", negociado entre a Comissão Europeia, liderada por Durão Barroso, e o Estado português, liderado por José Sócrates, que versa sobre investimentos efectuados na região de Lisboa que possam ter efeito sobre as restantes regiões e que pode aplicar-se a projectos de modernização da administração pública, de cariz imaterial.

Cabe às autoridades nacionais que gerem os fundos - há sete entidades regionais em Portugal - decidir sobre a afectação dos mesmos. No entanto, as entidades gestoras dos fundos têm de pedir autorização à Comissão Europeia para transferir verbas relativas a um projecto orçado em 50 milhões de euros ou mais.

De acordo com a mesma fonte, "nunca" antes as autoridades portuguesas tinham pedido autorização para transferir verbas.

A região de Lisboa não teria direito às verbas destinadas às regiões de convergência, uma vez que os seus indicadores - PIB (Produto Interno Bruto) per capita e qualidade de vida - já estão acima da média europeia.


in JN

quinta-feira, outubro 08, 2009

Seremos todos parvos, Sr. Presidente?

Voltando ao tema Cavaco, deixo aqui o artigo de Miguel Sousa Tavares no Expresso do fim-de-semana passado. Deixa um apanhado geral do que se passou e, ainda que com ligeiras nuances, partilhamos a mesma opinião.


Pus-me a pensar o que poderia Cavaco Silva dizer na sua "comunicação à imprensa" (em que à imprensa não eram admitidas perguntas) que pudesse justificar a surpresa de ter visto um Presidente envolver-se numa campanha eleitoral e contra o partido do Governo. Não apenas pelo caso das escutas, mas também pelo seu comentário, cirúrgico e cínico, à suspensão do Jornal de Sexta, da TVI.

Pus-me a pensar e não vi grande saída presidencial, na matéria das escutas. Porque os factos, já provados ou não desmentidos, falavam por si: primeiro, há um ano e meio atrás, e depois, a um mês e meio das eleições, o assessor de confiança de Cavaco, dizendo falar em seu nome, foi transmitir ao jornal "Público" que a Presidência suspeitava estar a ser escutada e espiada pelo Governo. Isto, na exacta altura em que a campanha do PSD só tinha um tema: a "asfixia" das liberdades e da sociedade pelo Governo controleiro do PS. Que nem sopa no mel! E mudo e quedo, sem desmentir as suspeitas assim lançadas pública e escandalosamente, ficou o Presidente, lá, na sua casa do Algarve, entretido a ver diplomas. E assim ficaria, não tivesse o "Diário de Notícias" desvendado os contornos da trama e obrigado Cavaco ao gesto dúbio de "fazer alterações na sua Casa Civil". Foi então que o PSD se pôs a gritar em surdina que o PR estava a lançar sinais equívocos que poderiam, afinal, beneficiar o PS em vez de prejudicá-lo, e que o melhor era dizer logo tudo, antes mesmo que o povo fosse às urnas. Mas, justamente, aí é que estava o problema, como bem se percebeu pela sua comunicação ao país: o que tinha ele para dizer? Nada.

Assim, e excluindo desde logo a hipótese de ver o Presidente pedir desculpas pelo sarilho que engendrara ou consentira planeadamente, só vi uma maneira de ele se pôr a salvo: sacrificar em praça pública o amigo Fernando Lima (e é isso que se espera dos amigos dos príncipes, nas horas de aperto). Mas não: talvez tolhido pelo pudor e enraivecido pelo descalabro da sua conduta, vimos um Presidente fora de si, com cara de ódio e pose de majestade ofendida, a quem tinham ousado incomodar ("na minha casa no Algarve, quando dedicava boa parte do meu tempo a ver diplomas... exigindo que interrompesse as férias...). E, de suspeito, Sua Excelência passou a acusador, com uma leviandade que, vinda de um Presidente da República, arrepia.

Sim ele é que desconfia que "altos dirigentes do partido do Governo" se interroguem sobre o facto (aliás público e não desmentido) de membros do seu stafe participarem na elaboração do programa eleitoral do PSD; ele é que desconfia do timing da notícia do "Diário de Notícias", e não da do "Público", saída um mês antes e que deu início a toda a história; ele é que não percebe que alguém possa pôr em causa o legítimo direito de um seu assessor acusar o Governo de espiar o Presidente, sem ter de o provar; ele é que julga que o quiseram empurrar para a campanha eleitoral, e não que se empurrou a si mesmo; ele é que desconfia da veracidade do mail trocado entre dois jornalistas do "Público", apenas com a autoridade que lhe dá o facto de ser quem é; e, enfim, num despropósito final e patético, ele é que se lembrou, no próprio dia em que se ia explicar ao país, de subitamente desconfiar da vulnerabilidade do seu computador pessoal, para assim justificar as "questões de segurança" sobre as quais tinham anunciado que iria falar.

Enfim, para tudo resumir, não fossem "os superiores interesses nacionais", que, por vezes, obrigam um Presidente da República a "ser capaz de resistir a graves manipulações", que ultrapassam "os limites do tolerável e da decência", e Sua Ofendida Excelência diria aos portugueses, olhos nos olhos, o que verdadeiramente lhe vai na alma: que eles acabaram de reconduzir um governo de bandidos, que lhe interrompem as férias, espiam as comunicações, controlam a liberdade de opinião dos seus assessores e que ele, a bem da nação, terá de suportar enquanto não vir saída. Como comentava um amigo meu, todavia longe do universo PS, "será que ele nos toma a todos por mentecaptos?".

Quando Cavaco Silva foi eleito, eu escrevi aqui que nunca tinha sido devoto do culto. Nunca lhe reconheci crédito de estadista nem mérito como governante. Nunca lhe conheci um pensamento político que não fosse estratégico apenas para si próprio nem agenda política que não fosse a do seu interesse pessoal. Nunca o vi gostar de correr riscos nem ter coragem nos momentos difíceis - quer em relação ao país quer em relação ao próprio PSD, que, em grande parte, ainda vive na ilusão de que Cavaco pertence à sua família política, como se ele tivesse alguma família política que não a sua própria. Mas escrevi também que, uma vez eleito, ele passava a ser o Presidente de todos os portugueses e também o meu.

Isso acabou terça-feira passada. O homem que se dirigiu ao país como Presidente de todos os portugueses já não o é mais. Colocou-se a si mesmo como Presidente de uma facção - dos devotos que lhe restam ou da maioria silenciosa e ignorante que não segue ou não entende a gravidade do que se passou. Por decisão própria, o Presidente da República tornou-se neste momento o principal factor de instabilidade, o principal obstáculo ao regular funcionamento das instituições democráticas, que jurou defender. Nada mais será como dantes. E não apenas entre o Presidente e o futuro governo: entre o Presidente e o país.


in Expresso

quarta-feira, outubro 07, 2009

Os riscos da religião I

Madeline Neumann, de onze anos, morreu no chão de casa, em Wisconsin, EUA, enquanto os pais rezavam para que melhorasse, em vez de pedir auxílio médico.

Os pais da menina de onze anos, que morreu em Março de 2008 devido à falta de assistência médica, foram agora condenados a seis meses de cadeia.

De acordo com a Sky News, Madeline Neumann morreu em casa, no chão, enquanto os pais, Dale e Leilani, a rodeavam de membros de um grupo de oração. Um dos elementos do grupo só chamou o número nacional de emergência quando a menina deixou de respirar.

A criança, que acabou por morrer de uma forma de diabetes não diagnosticada, mas tratável, estava demasiada fraca e já não conseguia comer, beber, falar ou andar. Os pais foram acusados de negligência por terem ignorado os diversos sinais da doença.

Os pais, que vivem no Wisconsin, nos EUA, poderiam ter sido condenados a uma pena de até 25 anos, mas acabaram por ser sentenciados a seis meses de cadeia cada, pelo crime de homicídio por negligência em segundo grau.

Vincent Howard, juiz que presidiu à sessão de julgamento, retratou os pais de Madeline como "muito boas pessoas a tomar conta da sua família, que tomaram uma má decisão, uma decisão muito negligente".

Segundo o juiz, a pena de seis meses de prisão vai permitir aos pais de Madeline "tempo para pensar" no que fizeram. "Ás vezes Deus trabalha a partir de outras pessoas, médicos por exemplo", disse o magistrado.

Em entrevistas policiais, Leilani Neumann declara que não se arrepende de "confiar totalmente em Deus" no que diz respeito à saúde da filha. "Sabíamos que ela tinha uma doença fatal? Não. Actuamos de acordo com aquilo que achamos ser melhor? Sim".


in JN

Cavaco ou não Cavaco, eis a questão...




Já com uns dias de atraso e sem muito tempo (leia-se "paxorra") para falar mais sobre o assunto digo apenas que com a sua fantástica intervenção, Cavaco Silva veio a confirmar aquilo que já quase todos tinham a certeza, que toda esta história de escutas/assessores/demissões/silêncios foi feita com o propósito de prejudicar o PS nas eleições legislativas...

Aquele que outrora nunca se enganava e raramente tinha dúvidas, actualmente nunca fala deixando muitas dúvidas quando decide abrir a boca.

Resta-nos esperar um ano e votar seja em quem for que se candidate contra ele...