Porque no te callas

Se há dias em que o orgulho em ser português é maior que noutros, ontem foi, sem dúvida, um dos dias em que o meu portuguesismo foi mais forte. Um daqueles dias em que me apeteceu correr pelas ruas todo nú, enrolado apenas numa bandeira verde e vermelha (made in china ou não, não interessa), gritando e mostrando a todos o quanto orgulho tenho em ser português.
Estão vocês praí a pensar - epa, há dias em que um(a) gajo(a) acorda assim meio descompensado e não há nada a fazer - mas não! eu não acordei assim.
De manhã o meu portuguesismo era mediano/baixo e assim continuou ao longo de grande parte do dia, talvez até impulsionado por ter passado o fim da manhã e toda a tarde a ler extensas porções de texto escritas na língua dos camones (não confundir com a língua do Camões que essa é mesmo a nossa).
Os meus níveis de portuguesismo continuavam a seguir o seu ritmo circadiano até que, passados alguns minutos das 20h, e enquanto via as notícias, o pivot da RTP anuncia uma reportagem sobre o discurso do nosso primeiro ministro na Cimeira Ibero-Americana. Numa altura em que todos os líderes mundiais agregam esforços e ideias para combater a maior crise económica desde 1929, numa altura em que se debate a viabilidade de um paradigma que nos levou a esta inacreditável situação, o nosso primeiro, o nosso mais que tudo, o nosso Zé Sousa, faz um discurso inflamado (mas não mais inflamado que todos os outros que fez até hoje) sobre essa máquina perfeita, 100% feita em Portugal (como os Volkswagen da autoeuropa e os citroen de Mangualde) de nome Magalhães...
Ficámos a saber que o Magalhães, para além de despertar a veia músical dos professores do 1º e 2º ciclo e de ser o computador de serviço dos assessores do primeiro ministro (o que também explica muita coisa), vai ser fundamental no combate à crise económica..
Estrão provavelmente a pensar que este pequeno prodígio 100% feito em Portugal (cof! cof!) não despertou a atenção dos líderes presentes. Enganam-se redondamente!! depois da distribuição de um magalhães por cada ser vivo presente, era vê-los a brincar com aquilo, perdão, com o Magalhães.

É portanto com alguma emoção que digo...
Obrigado Zé! Por nos teres dado o Magalhães.

Ainda no post-noite de 8 de Outubro...

A televisão online portuguesa HardSoundTv.com encontrou Steven Wilson após os marcantes concertos dos Porcupine Tree em Portugal e conduziu uma entrevista interessante onde foram abordados diversos temas, desde a paixão de Wilson pela música e pela produção, a relação intrínseca entre música e cinema, bem como os seus artistas favoritos. De fora ficou o seu cavalo de batalha predilecto, a massificação da faixa musical em detrimento do álbum.

http://hardsoundtv.com/index.php?option=com_seyret&task=videodirectlink&Itemid=26&id=93

"Eu não tenho vida (risos). Eu trabalho. Trabalho a toda a hora. Eu não tenho família"

"Em todos os aspectos a minha carreira é inspirada no cinema"

"Quando me perguntam que tipo de música eu mais gosto, eu respondo: música! Há muitos grandes discos em todos os estilos."

"Os artistas que sempre admirei são aqueles que sempre mudaram: David Bowie, Frank Zappa, Radiohead, Pink Floyd..."

Que piço...

Clássicos da 7ª arte presents...

Lost Highway de David Lynch (1997)

Género: Crime/Drama/Thriller/Horror

Poderá a psicose humana abrir portas a uma percepção para além do compreensível? Serão estes os mais aptos a estabelecer elos entre possíveis dimensões paralelas? Qual o limiar entre realidade e alucinação na mente perturbada de um psicopata?

São algumas das imúmeras questões que o filme nos invoca, este sonho bizarro, negro, surrealista. É mais na verdade, um pesadelo, perturbador e asfixiante. É, nitidamente, um filme David Lynch. Uma experiência sensorial complexa. Um filme que respeita verdadeiramente a inteligência do espectador. Em que todos os pormenores, mesmo os que à primeira vista não damos importância, têm um determinado propósito, muitas vezes muito para além do tempo que dispomos para os apreciar. Algumas das citações chave do filme:

"Gosto de recordar as coisas à minha maneira. Não necessariamente como aconteceram."

"Quando uma pessoa é sentenciada à morte, é enviada para um local onde não pode fugir..."

Esta é uma daquelas películas que podemos revisitar, vezes sem conta, tendo sempre algo para aprender, para descobrir. E assim se estabelece a diferença entre entretenimento e arte. É este o notável feito de Lynch - o de não fechar portas, conferir liberdade interpretativa ao espectador. No entanto, por muito que o vejamos, possivelmente nunca poderemos ousar alcançar uma conclusão irredutível. Os pormenores estão lá todos, para nos fazer reflectir.

"A mente humana é como uma encruzilhada de estradas e auto-estradas mas, perdendo-lhes o rumo, o fio condutor, cairá no abismo e fragmentar-se-á."

Veredicto: 10/10

Saudades...

Ultimamente tenho-me deparado inúmeras vezes com a necessidade de responder à pergunta - Então pá, que tens feito? - ao que respondo - nada de especial, sabes que agora tenho de estudar para o exame de acesso à especialidade e passo o dia todo nisso. Claro que logo a seguir vem logo a outra pergunta - e quando é o exame? - ao que respondo - daqui a um mês. Então ainda tens muito tempo - dizem logo a seguir. A este último comentário já estou tão farto de responder que digo apenas que sim, o pior vem depois, quando se apercebem que já ando um pouco farto de ler todos os dias palavras escritas em Arial 4 (ou serão Verdana?) e dizem - Ainda vais ter saudades de estudar isso...
Sinto-me portanto na necessidade de fazer um esclarecimento público.

Caros leitores, familiares, amigos, conhecidos e anónimos, caso um dia, sejam apenas umas horas ou, pelo contrário, uns valentes anos após a realização do dito exame eu disser algo como - Epa, que saudades tenho eu de estudar o Harrison´s a eito... aquelas letrinhas minúsculas, aquelas horas a fio na mesma posição, aquelas folhas tipo bíblia... que saudades. - peço-vos encarecidamente que me internem compulsivamente num hospital psiquiátrico.

Mas pensando bem, há alguma verdade por detrás disso. 

Quem gostou da adolescência? durante esta desejamos a todo o custo ser adultos, no entando, agora temos saudades desses tempos. Temos saudades dos tempos de criança, onde estávamos dependentes das vontades dos adultos que nos controlavam completamente e davam frequentemente aquele "não argumento" que era - Um dia quando cresceres vais compreender o que quero dizer, por enquanto és muito novo - que eu espero que nenhum dos leitores o faça aos filhos. Temos saudades de rir, temos saudades de chorar, temos saudades de férias que na altura não tiveram piada nenhuma ou mesmo da professora primária que nos dava 10 réguadas por cada erro no ditado. Temos saudades de ter de voar de avião com uma coisa pendurada ao pescoço, temos saudades de nos levantar cedo para ver os desenhos animados, das músicas que ouvíamos na altura e das festas em que por mais músicas que dançássemos agarrados àquela rapariga que gostávamos, ela nunca nos deixava dar o augurado beijinho no pescoço.

Concluindo, do que nós gostamos é de sentir falta de algo, de ter saudades. 

Assim, ainda terei saudades de não sentir saudades de estar a estudar para o exame...

Obrigado Sr. Sócrates

Há boas notícias para aqueles que estão atrasados no estudo para o exame (pelo que sei, são 3 pessoas em todo o país não estão atrasadas). Tendo em conta que estamos em vésperas de eleições, José Sousa (também conhecido por Sócrates - José Sócrates Pinto de Sousa), após inúmeros pedidos de jovens médicos decidiu aceder às pretensões dos mesmos e conceder uma hora extra neste Domingo. Assim, na próxima noite de Sábado para Domingo, e a título excepcional, o relógio atrasará uma hora de forma a que os ávidos estudantes possam ter mais uma hora de estudo.

Hoje Sonhei com o exame...

...tinha 47 páginas em papel A4 impressas a preto...

Tolerância Religiosa

Esta quinta feira, somavam-se mais de 50 queixas. Em segundo lugar está "Morangos com açúcar" (TVI), seguido de o "Momento da verdade" (SIC). "Contemporâneos", humor da RTP , por exemplo, tem duas, ambas relativas à linguagem.

"Nunca um programa, no caso, um "sketche", recebeu um tão elevado número de cartas a contestá-lo", diz fonte da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Está aberto um processo de averiguações. Ainda ontem, estava previsto que a SIC fosse notificada relativamente à peça do "Zé Carlos", emitida no último domingo. Esta não é a primeira vez que os "Gato" são alvo de apreciação pela ERC. O programa que tinham na antena pública mereceu duas queixas, mas o Reguladora acabou por não lhes dar provimento.

Os novos protestos apresentam-se em nome individual e o seu conteúdo vai todo no mesmo sentido: ofensa à Igreja Católica, mais concretamente, aos seus símbolos sagrados. Houve quem referisse que com o Islão haveria mais cautela na abordagem.

"Louvado seja, ó Magalhães" decalca os rituais da missa, incluindo a entrega da hóstia aos fiéis, que, na paródia, é substituído por um disco para colocar no computador. "Instalai isto em memória de mim", diz o boneco de Ricardo Araújo Pereira, usando a entoação dos sacerdotes tradicionais. É neste quadro que se ouve um discurso elogioso ao computador. Numa das rezas, é dito: "Bendito seja Sócrates que nos reuniu em nome do Magalhães".

O padre Manuel Morujão, porta -voz da Conferência Episcopal, acha "muito bem que quem viu as suas convicções mais profundas serem ofendidas se manifeste". Prossegue: "Nada é intocável, mas tem de ser tocado com algum respeito. Uma coisa é fazer humor sobre as ondas do mar e outra usar a liberdade para achincalhar". Afirmando-se "solidário, de certa forma", com quem acha que "não houve respeito para com aspectos considerados estruturais da nossa vida", deixa ainda o recado: "Não devemos transformar a contestação em propaganda ao programa".

Fã dos "Gato", D. Januário Torgal Ferreira, bispo das Forças Armadas e de Segurança, começa por perguntar se estamos a falar daquele "sketche" em o Ricardo Araújo Pereira diz "em nome do pai". Diante da resposta afirmativa, comenta: "Tenho de dizer que o vi . Habitualmente entro em colisão com determinadas formas de pensar, mas esse em nada me feriu. Quem não tiver humor que não veja".

Para o sociólogo Albertino Gonçalves, "os portugueses ligam mais aos seus símbolos do que aos feitos. O que deve ter chocado foi a cena da hóstia, por causa do que devem ter visto como profanação do sagrado". Embora lhe pareça que nem todas as queixas possam ter origem católica. "Os mais patriotas também se sentem ofendidos com este género de humor".

De qualquer modo, julga que se está diante de uma "minoria que faz sempre muito barulho". O professor da Universidade do Minho classifica o trabalho do quarteto de os "Gato Fedorento" como um humor desinibido, que aprecia. E vê a quantidade de queixas como um sinal de preocupação. "Fico preocupado, porque o humor tem uma função fundamental na sociedade, e a tolerância é a medida da democraticidade de um país".

IN JN

PROCURA-SE

Desapareceu de sua casa no passado dia 17 de Outubro, Filipe Manuel Vilas Boas da Silva. Na altura vestia blusão vermelho e calças de ganga azuis, tendo sido visto pela última vez na Av. da República, em Braga vociferando - Cabrões dos gajos da ACSS, vou mas é lá abaixo incendiar aquela merda toda. Levava ainda um livro de cor azul debaixo do braço direito que, segundo testemunhas oculares apresentava sinal de muito uso.

Pede-se a quem souber do seu paradeiro para entrar em contacto com este Blog.

Falta um mês

Pois é meus amigos, falta um mês!

Acabei há 2 semanas a primeira leitura, mês e meio antes do dito exame e... estou atrasadíssimo. Nos tempos da faculdade acabava a matéria horas antes do exame e era pra ter mais de 15, neste exame tenho a oportunidade de rever quase tudo (sim, porque mês e meio não dá pra rever tudo, pelo menos para quem o faz pela primeira vez) e é para começar a visitar os centros de saúde de Trás-os-montes ou Alto Alentejo.

A todos aqueles que vão fazer o exame (e não escrevem neste Blog), espero que fiquem presos no trânsito de forma a não comparecerem ao mesmo.

A todos aqueles que o vão fazer um dia...ainda vão a tempo de desistirem.

A todos aqueles que já fizeram...%&#$#%

A todos aqueles que nunca vão fazer (quer por outras opções profissionais ou emigrações para países nórdicos) .... faltam-me as palavras, mas prometo que arranjo algumas dia 21 de Novembro.

Boa sorte a todos!!

P.S. - Espero que não ocupem a minha vaga de Dermatoftalmologia no São João, caso contrário terei de ocupar a vaga de Cirurgia Plásticotorrinolaringologia  de outra pessoa qualquer... 

Se ainda restavam dúvidas...

...acerca da segurança vivida pelos cidadãos da cidade do Porto, aqui fica o testemunho real de quem "navega" por todo o lado em horário menos nobre do dia (e noite) e mais, de quem até hoje não teve qualquer tipo de problema e ou abordagem nas ruas da cidade (já lá vão uns largos anos, é certo que a ausência por mais de 72 meses, pode ter uma palavra a dizer neste caso em particular). É portanto uma reflexão de alguns anos e nunca de alguns dias apenas ,em que tenho saído "sozinho"!
Apesar do sensacionalismo dos meios de comunicação social desde há uns meses a esta parte, que teimam em colocar o Porto na rota do "perigo nocturno europeu" e quem sabe algo mais até, apraz-me dizer que mesmo de noite se respira segurança e ar puro mesmo pelos caminhos e estradas mais recônditas de todo o "pequeno" Porto. E agora pergunto: será por ir a correr? Ou antes por não ir de carro e não estar sujeito ao novo fenómeno do "carjaquim"? Já me interroguei se é por não levar um decote extravagante (que é o mais certo). Podia eventualmente, em último caso, ter que ver com a magia da minha beleza inata enquanto corredor/ habitante natural do porto/ admirador apenas das ruas da dita cidade.. mas seria pouco provável, porque mesmo levando isso em linha de conta seria estaria sempre sujeito aos magníficos ditos das gentes dos bairros "problemáticos" da mesma.. e tal não se verifica!
Ainda assim deixo uma ressalva, não vá o diabo tecê-las e pregar-me uma partida um dia destes! Só queria dizer apenas e só que o Porto não é nem será "capital" de Portugal!!!

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Visita

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Quem não se lembra...

Lisboa, estádio de Alvalade.. estávamos a 14 de Maio de 1994, quando a "bomba" do 3-6 caiu no terreno do Sporting C. de Portugal, no ano em que outro grave acidente (este sobre o jogador leonino, Cherbakov) abalou a turma verde e branca e o desporto nacional.
Campeonato fantástico, com 5 jogos para o final do mesmo, o Benfica tinha apenas 1 ponto de avanço sobre os rivais da 2ª circular.. Estádio completamente cheio.. o jogo nem começou nada mal para os da casa que cedo se adiantaram no marcador por J. Cadete aos 8min. Mas nesse dia, os benfiquistas podiam estar descansados, porque João Vieira Pinto ia acabar por rubricar a exibição de uma vida, apontando 3 golos (2 dos quais dignos de figurar entre os melhores de sempre da história do campeonato português) e estando envolvido directamente em mais 2 (recebeu nota 10 pelo jornal aBola, primeiro e único na história).
O Benfica chegou ao intervalo a vencer por 3-2.. numa primeira parte equilibrada! No reatamento da partida, o treinador sportinguista (Carlos Queiroz na altura para os mais esquecidos) tratou de dar uma ajuda preciosa aos rivais encarnados.. aos 45min tira da cartola isto:

(para os mais desatentos sai Paulo Torres def. esquerdo leonino, entrando para o seu lugar imagine-se Pacheco resgatado ao Benfica nessa época). O resultado desejado não foi certamente o que dali saiu.. se não relembre-se que os 3 golos da 2ª parte do Benfica foram todos pelo lado esquerdo do Sporting (para quem não se acredita, basta ver o vídeo do jogo em baixo) e mais, o Benfica tinha João Vieira Pinto em campo nesse dia (não tinha ficado nas cabines ao intervalo).. Como seria de esperar (ou não por algumas mentes eruditas), o resultado final foi 3-6, ficando o Benfica com 3 pontos de vantagem (1 que já tinha + 2 deste jogo) sobre os mais directos adversários na corrida ao título que iria acabar por ser mesmo do Benfica!

Eu gosto mais da primeira parte

Meu DEUS do céu.. ou da terra.. ou de onde vocês quiserem...

Quando acordarem dominados pela ansiedade causada por um qualquer exame e em especial quando este é desprovido de grande sentido, lembrem-se disto:

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(direitos de autor das fotos reservados aos sítios dos respectivos jornais: www.ojogo.pt - www.record.pt - www.abola.pt)

Foi um lindo sonho...

Um epítomo de emoções pueris

Esta dor que nos esmaga...

Por sentirmos a vida como a recitas

Não encontramos as palavras

Ícone dos nossos sonhos e esperanças...

(embraced with you, we melt inside, like a dream, or a fever...)

Perdoa-nos...

We know

You save music every day

Porcupine Tree 8th October, Porto, Portugal

O Bom, O Mau e O Vilão



Guerra das Estrelas - Ep. IV



Os Condenados de Shawshank



Laranja Mecânica



América Proibída



Requiem For a Dream