sexta-feira, outubro 31, 2008

Porque no te callas

Se há dias em que o orgulho em ser português é maior que noutros, ontem foi, sem dúvida, um dos dias em que o meu portuguesismo foi mais forte. Um daqueles dias em que me apeteceu correr pelas ruas todo nú, enrolado apenas numa bandeira verde e vermelha (made in china ou não, não interessa), gritando e mostrando a todos o quanto orgulho tenho em ser português.
Estão vocês praí a pensar - epa, há dias em que um(a) gajo(a) acorda assim meio descompensado e não há nada a fazer - mas não! eu não acordei assim.
De manhã o meu portuguesismo era mediano/baixo e assim continuou ao longo de grande parte do dia, talvez até impulsionado por ter passado o fim da manhã e toda a tarde a ler extensas porções de texto escritas na língua dos camones (não confundir com a língua do Camões que essa é mesmo a nossa).
Os meus níveis de portuguesismo continuavam a seguir o seu ritmo circadiano até que, passados alguns minutos das 20h, e enquanto via as notícias, o pivot da RTP anuncia uma reportagem sobre o discurso do nosso primeiro ministro na Cimeira Ibero-Americana. Numa altura em que todos os líderes mundiais agregam esforços e ideias para combater a maior crise económica desde 1929, numa altura em que se debate a viabilidade de um paradigma que nos levou a esta inacreditável situação, o nosso primeiro, o nosso mais que tudo, o nosso Zé Sousa, faz um discurso inflamado (mas não mais inflamado que todos os outros que fez até hoje) sobre essa máquina perfeita, 100% feita em Portugal (como os Volkswagen da autoeuropa e os citroen de Mangualde) de nome Magalhães...
Ficámos a saber que o Magalhães, para além de despertar a veia músical dos professores do 1º e 2º ciclo e de ser o computador de serviço dos assessores do primeiro ministro (o que também explica muita coisa), vai ser fundamental no combate à crise económica..
Estrão provavelmente a pensar que este pequeno prodígio 100% feito em Portugal (cof! cof!) não despertou a atenção dos líderes presentes. Enganam-se redondamente!! depois da distribuição de um magalhães por cada ser vivo presente, era vê-los a brincar com aquilo, perdão, com o Magalhães.

É portanto com alguma emoção que digo...
Obrigado Zé! Por nos teres dado o Magalhães.

4 comentários:

Anónimo disse...

Temos é de fazer como a Índia e a Ucrânia e apostar no Espaço! Ou então... compremos a Islândia. Estava a preço de saldo no Ebay... Senhor Sócrates, seja o veículo dos nossos sonhos!

We Are Machines Of God disse...

É mais um artigo para figurar na secção "No comments" do nosso querido blog! Mas este está ainda mais à frente.. o Zé nunca me enganou, mas agora anda a roçar o limiar do ridículo!!! Este país, o nosso, não é o que eles querem pintar. O nosso país real é outro. Bem diferente. Se começassem a estabelecer condições básicas em todas as escolas é que era.. algumas nem papel higiénico têm nas casas de banho.. aí sim estaríamos na presença do verdadeiro "choque tecnológico".
Meteram-no lá.. agora aguentem-se!

FVilasBoas disse...

Bahh! "Algumas nem papel higiénico têm"... lol
Só se os putos começaram a roubar papel para o Halloween ou as funcionárias levaram rolos para casa!

Só tenho a dizer: "Louvado sejas, ó Magalhães!" eheh. Mas já enjoa!
Abraço

We Are Machines Of God disse...

LOL tens de largar a "coca" para não te desrealizares a tal ponto :) falo de escolas aqui no grande porto com conhecimento de causa! Já nem falo das escolas nas aldeias mais recônditas que aparecem no telejornal dia a dia.