Estão vocês praí a pensar - epa, há dias em que um(a) gajo(a) acorda assim meio descompensado e não há nada a fazer - mas não! eu não acordei assim.
De manhã o meu portuguesismo era mediano/baixo e assim continuou ao longo de grande parte do dia, talvez até impulsionado por ter passado o fim da manhã e toda a tarde a ler extensas porções de texto escritas na língua dos camones (não confundir com a língua do Camões que essa é mesmo a nossa).
Os meus níveis de portuguesismo continuavam a seguir o seu ritmo circadiano até que, passados alguns minutos das 20h, e enquanto via as notícias, o pivot da RTP anuncia uma reportagem sobre o discurso do nosso primeiro ministro na Cimeira Ibero-Americana. Numa altura em que todos os líderes mundiais agregam esforços e ideias para combater a maior crise económica desde 1929, numa altura em que se debate a viabilidade de um paradigma que nos levou a esta inacreditável situação, o nosso primeiro, o nosso mais que tudo, o nosso Zé Sousa, faz um discurso inflamado (mas não mais inflamado que todos os outros que fez até hoje) sobre essa máquina perfeita, 100% feita em Portugal (como os Volkswagen da autoeuropa e os citroen de Mangualde) de nome Magalhães...
Ficámos a saber que o Magalhães, para além de despertar a veia músical dos professores do 1º e 2º ciclo e de ser o computador de serviço dos assessores do primeiro ministro (o que também explica muita coisa), vai ser fundamental no combate à crise económica..
Estrão provavelmente a pensar que este pequeno prodígio 100% feito em Portugal (cof! cof!) não despertou a atenção dos líderes presentes. Enganam-se redondamente!! depois da distribuição de um magalhães por cada ser vivo presente, era vê-los a brincar com aquilo, perdão, com o Magalhães.
É portanto com alguma emoção que digo...
Obrigado Zé! Por nos teres dado o Magalhães.
