domingo, dezembro 21, 2008

O renascer do ateísmo?

"Deus provavelmente não existe, de modo que deixe de se preocupar e goze a vida".


O inusitado slogan vai decorar 30 autocarros de Londres, no Reino Unido, durante todo o mês de Janeiro próximo.
Conscientes de que na era da imagem até as guerras de religião podem ser travadas em cartazes publicitários, os ateus britânicos apelaram ao lema para tentar convencer as pessoas de que Deus é uma invenção. Por iniciativa da British Humanist Association (BHA) e do seu presidente, o professor Richard Dawkins - reconhecido teórico da evolução, catedrático na Universidade de Oxford e autor de vários livros de divulgação científica, como "A Desilusão de Deus" (Casa das Letras) -, numa iniciativa sem precedentes mas que reflecte o aparente regresso do ateísmo militante, tão vigoroso na época das Luzes (século XVIII), ao Ocidente.

Em Portugal, país de tradições católicas tão antigas que o mito fundador do país atribui à inspiração divina a vitória de D. Afonso Henriques sobre um exército muçulmano muito maior do que o seu nos campos de Ourique, em 1139, o ateísmo é ainda pouco visível. Não obstante, foi já constituída, em Maio, a primeira Associação Ateísta Portuguesa (AAP), que não enjeita adoptar "uma campanha semelhante à de Dawkins", segundo Carlos Esperança, presidente daquela organização.

Todavia, mais do que a campanha londrina - que poderá estender-se a outros países europeus e até aos EUA -, interessa questionar a que se deve esse fulgor de recusa do divino. Porquê agora? E quais os seus objectivos? E estará de facto a religião em declínio no Mundo Ocidental, ou assume novas configurações? A quatro dias do Natal, essa festa maior da Cristandade que celebra o parto da criança que seria Deus tornado homem, é o tempo ideal para reflectir sobre as razões que movem os novos assassinos Dele. E das demais divindades.
É possível não acreditar no divino?

O problema de fundo assinalado por Carlos Esperança é, pelo contrário, o maior êxito da BHA: propondo-se angariar os 8064 dólares necessários a um mês de anúncios em 30 autocarros, levou só duas horas para amealhá-los, numa campanha que, iniciada a 21 de Outubro, chegou a Dezembro com mais de 190 mil dólares.
“Os doadores sentem que não têm voz, que o Governo e a sociedade prestam demasiada atenção à religião e aos seus líderes, enquanto ignoram os que não são religiosos”, diz Hanne Stinson, directora da BHA, para justificar a surpreendente adesão.

A iniciativa soma-se a outras manifestações de um ateísmo mais activo na Europa, como a proliferação de ensaios contra a religião e o aumento dos pedidos de apostasía em Espanha e Itália, por exemplo – em Portugal não há dados. Inclusivamente nos EUA, cujas notas de dólar trazem o lema “in God we trust”, nos últimos anos as associações de não-crentes observaram um crescimento sustentado. E a Secular Coalition for America conseguiu, até, contratar um lóbista no Congresso, Lori Lipman Brown, visando contrariar a influência da religião na arena política. Radical, Dawkins chega a dizer, no seu “best-seller” (1,5 milhões de exemplares vendidos) que “a situação actual dos ateus nos EUA é comparável à que enfrentavam os homossexuais há 50 anos”. Só que, ao contrário dos grupos religiosos, sustenta, o problema dos ateus é que não estão organizados.

Mas começam a ficar. Para o teólogo Anselmo Borges, que acabou de publicar uma colectânea de artigos (”Janela do (In)finito”, Campo das Letras) onde debate também o ateísmo, a nova investida dos ateus e respectivo ensejo organizativo “deve-se ao materialismo e o hedonismo actuais”. Sugere, porém, que “as principais motivações estão, por um lado, no avanço da Ciência, designadamente da genética e das neurociências, que já fornecem muitas respostas sobre o Homem”, e, por outro lado, “no Mal do Mundo”, isto é, “face à violência e à guerra que são geradas em nome de Deus, as pessoas tendem a advogar que seria melhor que esse Deus não existisse. Essa é, aliás, a tese central de Dawkins”, assinala.

No entanto, a militância renovada dos ateus, reflectida na abundância de obras que defendem o ateísmo – por autores tão ilustres como Christopher Hitchens (”Deus não é Grande”, Dom Quixote), Sam Harris (“O Fim da fé”, Tinta-da-China), Michael Onfray (”Tratado de Ateologia”) e John Dupré (”Darwin’s Legacy”) –, não parece ser tanto uma reacção ao terrorismo integrista islâmico, mas antes um ataque às igrejas do Ocidente. A campanha de Dawkins nos autocarros será uma resposta, diz a BHA, “às operações agressivas de grupos cristãos fundamentalistas, que usam os espaços promocionais dos transportes públicos para proselitismo”.

Em Portugal, os objectivos globais da AAP são os mesmos: além de uma “aceitação social do ateísmo”, pretende “erradicar a influência da religião, designadamente da Igreja Católica, sobre o Estado, e o regresso à ética republicana, que é urgente”, diz Esperança, assinalando que no último estudo sobre a matéria em Portugal, de 2002, “cerca de 400 mil pessoas declararam-se ateias ou não-crentes, e não chocaria que hoje fossem cerca do dobro”. Aqui ao lado, Espanha será o caso de maior radicalismo. Após 40 anos de franquismo com apoio da Igreja Católica, a reacção anticlerical dos jovens é muito mais virulenta, e as solicitações de apostasía multiplicaram-se: no primeiro semestre deste ano foram 529, superando o total de 2007 (287) e de 2006 (47).

As estatísticas parecem contrariar, porém, a ideia de que o ateísmo militante estará a crescer na Europa: só um quarto da população é que se declara “não religiosa” e apenas 5% se afirma ateu convicto. De resto, ser ateu é muito mais do que a recusa do Estado confessional ou a indiferença, quiçá o abandono, da prática religiosa: para o teólogo alemão Hans Küng, “o autêntico ateísmo nega todo o tipo de Deus e todo o divino, tanto entendidos em sentido mitológico como concebidos de forma teológica ou filosófica”. Neste sentido, o próprio ateísmo, enquanto experiência espiritual, estará a perder terreno. “A maioria dos não-crentes diz-se, na realidade, agnóstica, pois o ateísmo implica uma profunda convicção sobre uma questão: a não existência de Deus. E a verdade é que todos duvidam”, realça o filósofo francês Michel Eltchannoff.

Essa natureza dubitativa em torno do divino poderá explicar, até, o ressurgimento contemporâneo das superstições, seitas e ocultismos. Em França, país de Descartes e dos Enciclopedistas, as artes divinatórias geram um volume de negócios de 4200 milhões de dólares anuais, isto é, cerca de 15 milhões de consultas por ano, repartidas entre uns 100 mil “profissionais” da bola de cristal, mais os livros de profecias, astrologia e ciências ocultas… Em Portugal, embora falte estatística, a proliferação de anúncios de videntes e quejandos é suficiente para perceber que o negócio prospera, autorizando a tese de que vivemos num Mundo onde o irracional é a norma e grande parte da Humanidade crê em Deus, ainda que cada qual o defina a seu modo.

Aliás, neste contexto torna-se pertinente a pergunta sugerida por Anselmo Borges: “Porque é que a campanha publicitária dos autocarros londrinos declara que Deus ‘provavelmente’ não existe? Porque não dizer logo que ‘Deus não existe’, se há essa certeza?”. Segundo a BHA, porque o “provavelmente” evita ferir susceptibilidades e violar as leis britânicas da publicidade. Mas a melhor explicação talvez radique, afinal, na advertência formulada na Grécia pelo matemático Euclides, 300 anos antes de Cristo: “O que é afirmado sem provas pode ser refutado sem provas”.

in JN

Veremos se com um assunto polémico, o debate é mais vigoroso...

7 comentários:

Hipercubo disse...

Tendo já lido inúmeros livros e artigos sobre o assunto (inclusivamente os vários que são citados pelo artigo), inclusivamente algumas coisas do Pe. Anselmo Borges, que até apreciei, não deixo de notar alguns tiques típicos da igreja no comentário a esta campanha - “deve-se ao materialismo e o hedonismo actuais”. A tendência para rotular, desvalorizar e classificar tudo que se lhes opõe mais ou menos da mesma maneira pode ter um efeito inverso ao pretendido. A tendência que têm ao ver um ateu como alguém obrigatoriamente mau, ou simplesmente alguém que não sendo má é manipulado por outro alguém (esse alguém mau) que se aproveita da "actual conjuntura de falta de valores" para lhe incutir a perspectiva ateísta, revela algum desprezo intelectual que, em vez de benéfico para a sua causa teísta, pode muito bem ter um efeito prenicioso.

Como agnóstico interessado no assunto, conheci, ao longo da minha vida, uma percentagem de ateus bem mais preparados para discutir o assunto do que crentes. Estes últimos, na maior parte das vezes, preferem nem sequer falar no assunto, como que apoderados de um temor de desconversão.

Para o bem de todos nós e sobretudo para uma discussão mais profícua sobre o assunto, entre crentes e não crentes, era bom que aqueles que acreditam tivessem outra atitude perante o fenómeno do ateísmo que, ao contrário do que o artigo dá a entender, não creio que esteja a crescer...

We Are Machines Of God disse...

A minha sincera opinião acerca da "problemática" ideológica, prende-se primeiro com a premissa lógica que confere a cada ser a liberdade intelectual para acreditar naquilo que muito bem entender, para a construção de valores morais, de sistemas de conduta adequados que lhe permitam viver em consonância com a comunidade em que vive, seja ele judeu, católico, ateu ou budista. Tem é de conseguir viver para consigo e para com os outros que o rodeiam.

A minha segunda premissa, que vem no seguimento da primeira, joga com a negação de tentativa de angariação de fiéis para aquele grupo religioso que tomo como "bom" para mim e para os meus! Não sendo este o problema central da discussão, acho que qualquer corrente ideológica que surja de novo ou com base nalguns pressupostos de outra já existente, terá sempre como objectivo principal, a expansão do número de crentes e seguidores, com o intuito até, de difundir aquela crença. A partir daqui nasce a pergunta: não podemos nós viver em paz e harmonia, sendo eu judeu, o jaime ateu e o josé hindu? O problema está na incongruência que existe quando a religião se envolve numa mescla extremamente complicada e profunda com governos, políticas, sociedades e interesses de várias índoles, muito para além do razoável.

Em relação ao crescimento adquirido da corrente em causa, não tendo conhecimento acerca de números, penso que o que se tem verificado, é uma proliferação de outras ideias, crenças e religiões, como caminho alternativo aquele tradicionalmente adoptado, em virtude da descrença, desrealização e procura de novas respostas.

Hipercubo disse...

Não podia concordar mais contigo. Pelo menos quanto à eventual possibilidade de todos podermos viver bem uns com os outros.

Mas se uns classificam os outros como "hedonistas", "materialistas
" ou até, em casos mais extremos, "causadores de todo o mal", esse princípio de paz entre todos, independentemente do seu credo, é ferido de morte.

Para que todos vivamos em liberdade religiosa, necessitamos de estados laicos. Ora, como bem sabem, as igrejas sempre foram avessas a isso. A necessidade que falas de expansão, que muito ultrapassa o desejo da "salvação" (até porque, na minha ingénua interpretação de um ser infinitamente mesericordioso, este perdoa aqueles que nele não creem por simples ignorância ou mesmo por uma suosta incapacidade intelectual para o caso)global, é causadora de inúmeros males, alguns deles directamente ligados à morte de inocentes (crentes ou não).

Se pressupomos essa liberdade que advogas, não podemos achar que aqueles que defendem outras ideias, mesmo aqueles que defendem que estamos errados apenas por sentirmos algo (sim, porque ter fé não é mais que sentir algo, caso contrário estaria na primeira fila dos mais devotos e grande parte das minhas inquietudes desapareciam), são um mal. Podemos achar que estão errados, mas nunca que são um mal apenas por não sentirem aquilo que sentimos.

Hélder Aguiar disse...

Com o tempo se caminha para a progressiva laicidade dos Estados ocidentais, o que já deveria acontecer... O problema da questão é mesmo esse, quem afirma categoricamente não acreditar em Deus é visto pelos crentes (uma importante parte da sociedade) como um grande mal, tornando difícil manter a credibilidade e confiança gerais... É este tipo de pressões que impedem a evolução nesse sentido de se processar de forma mais célere. Mas acontecerá.

Tão natural como o acto reflexivo é a existência de algo superior, uma explicação para tudo aquilo que o Homem vê e não consegue explicar. Reparem, mesmo que Deus não existisse, teria que ser inventado! É um facto, o Homem sem sombra de dúvidas teria criado Deus mesmo ele não existindo (o que eu acredito). Seja ele um espírito, Buda, Deus, Alá ou Júpiter. Faz parte da história filosófica humana. Todas as tribos ou civilizações humanas têm este componente espiritual que lhes permite pensar que um dia não desaparecerão com a morte.

O raciocínio, capacidade intrínseca do ser humano, traz com ele o medo da morte, do desconhecido. A criação de uma ou várias entidades divinas que "salvem" o Homem do desaparecimento é tão natural como conveniente, permitindo preencher todos os "buracos" do desconhecido.

Oh, quem mais do que eu não gostaria de viver para além da efémera vida, ouvir toda a música, ver todos os filmes, ler todos os grandes livros, entusiasmar-me com os progressos da ciência, conhecer novas civilizações, tudo o que de mais fascinante se fará depois da minha morte! Saber algo mais sobre este universo! E que eu morrerei sem saber... Infelizmente não me iludo. Não espero mais que o desaparecimento... Não penso que seja possível existir Deus, pelo menos não da forma que é explicada. É impossível ter surgido, do nada, alguém tão infinitamente complexo capaz de criar tudo o que vemos. É impossível do nada ter surgido Deus (já que ele não foi criado por ninguém).

É fascinante a filosofia de Jesus Cristo. Dificilmente alguém o supera em bondade. Alguém que ensina a dar a outra face quando é esbofeteado. Que ensinamentos de amor humano! Contudo, há moral sem religião. E a religião tem causado incomparavelmente mais mal que bem ao longo da história, para quem se diz "a entidade da moral". Para o diabo com essa moral! Hipócritas! A Igreja Católica, essa entidade "que segue os mandamentos de Deus", é das igrejas que mais sangue carrega às costas, e raramente ouviu-se algum perdão por isso. Causou muitos mais mortos, muito mais sofrimento que o próprio Hitler que nos causa tanto repúdio! Recuso-me a ser parte integrante de tal instituição, que apenas tem procurado a sobrevivência, sem escrúpulos, ao longo dos séculos! Ainda hoje promulga leis desumanas. Fariam envergonhar o próprio Deus, se existisse. Se um dia me casar pela Igreja, será por misericórdia perante os que mais amo e que fazem questão disso.

Helder Novais e Bastos disse...

Vocês lembram-se da história: "quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha"? É a mesma questão que se coloca aqui.
Se uns dizem que Deus criou o homem à sua imagem, eu digo que o Homem criou deus à sua imagem (a inversão das maiúsculas em "Homem" e "Deus" é propositada).
Certamente que já repararam que Deus assume diferentes formas nas diferentes culturas, que não raras as vezes, é uma forma mutável ao longo do tempo, à medida que o povo avança e se transforma. Mais fácil é no caso do Cristianismo, em que se convencionou que Deus não tem forma e assim as coisas conseguem manter-se mais ou menos constantes com o avançar dos séculos, mas não é o que se passa, por exemplo, em algumas religiões orientais, em que vemos o mesmo Deus representado de variadíssimas formas.
Por outro lado, verificamos que em civilizações guerreiras, os Deuses que esses povos adoravam aparecem empunhando as armas que estes usavam na guerra. Por exemplo, Thor, um deus de cabelos vermelhos e barba, de martelo na mão impondo a sua força (trovão). Fechando os olhos e ouvindo simplesmente a descrição de Thor, faz lembrar um povo "bárbaro" do norte, não faz? Daqueles que alguém chamou de pagãos...
Reparem na utilidade que os Deuses tinham para os Romanos e a civilização Egípcia: um Deus para a agricultura, outro para a guerra, para o amor... No mínimo, que conveniente!
Finalmente, o caso dos Judeus, cuja religião veio dar origem ao Cristianismo e ao Catolicismo. Os Judeus foram sempre um povo oprimido, sempre subalternizado às civilizações dominantes da região. Engenhosamente, os judeus criaram um Deus, Javé, cuja essência está na humildade, na dádiva, fraternidade, solidariedade… Esta bondade advogada por Javé é mesmo à medida de um povo pobre e perseguido, não acham? São valores que eu corroboro, mas pergunto por que razão os Deuses das civilizações dominantes não se regem pelos mesmos princípios?
Na Grécia Antiga, por exemplo, fazia-se o cultivo da mente e do corpo, da cultura e do desporto. Numa civilização desse tipo, os Deuses são figuras fortes, bonitos e de cabelo ondulado, imortais e incrivelmente inteligentes e poderosos! Mas ao mesmo tempo muito humanos, com virtudes e muitos defeitos.
Há um lema: "diz-me com quem andas e eu dir-te-ei quem és". Eu prefiro, refrasiando: "diz-me quem és e eu dir-te-ei quem é o teu Deus"!
Este post contém meras reflexões e, apesar de resultarem da leitura de vários textos, não são fundamentadas numa exploração teológica profunda. Porém, deixo a minha mensagem para conhecer o vosso feed-back.

Hélder Aguiar disse...

Não poderia concordar mais com as tuas palavras, querido Zélio. Deus é um produto criado pelo Homem de acordo com as suas vivências, expectativas e necessidades. Daí existir tantos tipos de entidades divinas pelo mundo fora... Deus é aquilo que o Homem quer que ele seja. No Velho Testamento, Deus é caracterizado como um ser mimado, vingativo, infantil e sem escrúpulos, devastando tudo e todos à mercê dos seus caprichos. Foi criado precisamente para causar o temor, nada melhor que o medo para converter grande parte do mundo às igrejas cristãs. Aliás, observou-se muito recentemente isso, noutro tipo de razões, em relação ao povo americano... O medo é a melhor arma para a massificação. "Diz-me quem és e dir-te-ei quem é o teu Deus!"

Hipercubo disse...

Não sendo tal ideia original desse ser superior de nome "eucinéfilo", a última vez que havia visto escrito tal coisa tinha sido por essa personagem..

Só não concordo com o Nimpo com o facto dele dizer que é uma questão de anos até deus desaparecer...

O Homem criou deus porque precisou de o criar e essa necessidade, ainda que adaptada a uma nova realidade, a um mundo completamente diferente, parece manter-se...

Assim, imagino um deus a mudar, mas a manter-se presente. Como outrora foi normal pagar as indulgências para se dispensar do incómodos dos "bons comportamentos" o que actualmente, agora mais do que ridículo, é repugnante. No futuro acharemos ridículo que um papa, um dia, tenha condenado a fertilização in vitro, negando a milhões possibilidade mais que viável de ter filhos biológicos. É o chamado Zeitgeist e a igreja, ainda que quase sempre atrasada, acaba sempre por ter de acompanhar... Não o fosse e ainda hoje andaríamos de em pirógas e carros de bois, pois os Céus, eram terrenos de deus...