quinta-feira, dezembro 11, 2008

Buraco negro massivo no centro da Via Láctea



Uma equipa de astrónomos alemães descobriu recentemente provas directas da existência de um buraco negro no centro da nossa galáxia, os que se designam de Supermassive Black Holes (sim, tal como a canção dos Muse). O objecto tem um tamanho equivalente ao do nosso Sol, porém com uma massa 4 milhões de vezes superior, e foi detectado pelo telescópio doEuropean Southern Observatory (ESO), no Chile. A sua localização central permitiu o cálculo exacto da distância do nosso sistema solar ao centro da galáxia, cifrada agora nos 27.000 anos-luz (algo como 255.000.000.000.000 km!).

Esta descoberta surge no momento em que a ciência discute a possibilidade de todas as galáxias possuirem, nos seus centros, estes Supermassive Black Holes, e que funções estes possuirão. São já conhecidos alguns, o maior deles situado na galáxia QJ 287, com a massa equivalente a 18 biliões de Sóis. Ao contrário dos buracos negros estelares, mais pequenos, pensa-se que estes buracos negros supermassivos são formados ou por imensas nuvens de gás, ou pelo colapso pela gravidade de aglomerados de milhões de estrelas aquando da formação do Universo.

 A maioria dos Supermassive Black Holes catalogados encontram-se em forte actividade, ou seja, atraíndo matéria para si, aumentando ainda mais a sua massa. Assim sendo, fazendo uma comparação grosseira, a nossa galáxia não será mais que um funil gigante de base larga, em que todas as estrelas rodam em espiral à volta do centro que, progressivamente ao longo de biliões e biliões de anos, acabará por "sugar" tudo à sua volta. Uma meta temporal tão longínqua quanto impossível de conceber, à escala humana. Resta perguntar, até onde irá o Homem nesta escala temporal verdadeiramente indecifrável e esmagadora?


Buraco Negro. É um corpo celeste no qual a força de gravidade é tão grande que não deixa nada, nem a própria luz, escapar. Como tal, a luz não é reflectida, daí os nossos olhos não o conseguirem observar tal como ele é - o seu aspecto negro resulta somente do facto de não reflectir a luz. Um buraco negro estelar, o mais conhecido, resulta do processo de "morte" de uma estrela. Quando a estrela perde todo o seu combustível (Hidrogénio), normalmente apaga-se convertendo-se numa gigante anã - um corpo gigantesco frio. No entanto, quando a estrela possui uma massa muito grande (por consequência, de tamanho muito grande), o processo de morte pode resultar numa acreção progressiva da massa em torno do seu centro, originando um corpo infinitamente mais pequeno que a estrela original, mas com praticamente a mesma massa - um corpo tão denso que não deixa a própria luz escapar, retida na sua gigantesca gravidade. O nosso Sol, uma estrela média-pequena, não terá massa suficiente para originar esse processo.

Imagem em proporção correcta do nosso sistema solar. O Gigante Sol, ainda assim uma estrela relativamente pequena. O Supermassive Black Hole da Via Láctea terá um tamanho muito semelhante.

3 comentários:

We Are Machines Of God disse...

Avisem-me quando estivermos quase quase a chegar ao buraquito.. só para o caso de ter compromissos agendados para o dia seguinte e tal..

De resto sempre quis que tudo acabasse num "supermassive black hole"!

Hipercubo disse...

quando falamos nesta escala universal e nos apercebemos do quão esmagadoramente pequenos somos, surge invariavelmente a questão de porquê nos acharmos únicos... arrogância não?

Anónimo disse...

a almagum possibilidade de do boraco nagro sugar os planetas