Bush e a morte de Saddam

George W. Bush, comentando o enforcamento de Saddam Hussein esta madrugada, referiu que, a morte deste era "um marco importante no rumo seguido pelo Iraque no seu caminho em direcção à democracia". Isto dito por alguém que ganhou a sua primeira eleição "democrática" com muito menos votos que o seu adversário, tem um peso "democrático" diferente que o que teria se tivesse sido dito por qualquer outra pessoa "democrática". Confesso que não sou grande especialista em "democracia" e que, como tal, há coisas que me podem escapar, mas não vejo em como a morte de um senhor que já há muito estava preso pode favorecer o suposto processo de "democratização" em curso no Iraque, mais, e volto a salientar a minha ignorância, não compreendo em como o assassinato de alguém possa favorecer a democracia, mas se calhar o problema é meu. Na minha profunda ingenuidade democrática até compreendo que a morte de alguém (e isto não quer dizer que a deseje), possa beneficiar o "Iraque no seu caminho em direcção à democracia" (pronto, confeso, desejo só um bocadichinho de nada) desde que essa morte fosse a do próprio Sr. Bush.
Se esta moda da morte dos ex-ditadores,como catalisador democrático, pegasse, não havia cordas suficientes na américa latina...