Caiu que nem uma bomba, sobretudo no seio da classe médica, a obrigatoriedade do registo da assiduidade dos médicos. O bastonário da ordem dos médicos disse mesmo que - "a decisão do Governo de controlar a assiduidade dos profissionais de saúde é lamentável, imprópria e populista.". Posto desta forma e face a tamanha contestação cheguei mesmo a por em causa o conceito que sempre tive de "assiduidade". Recorri então ao dicionário -
assiduidade: s.f.,qualidade de assíduo;
disponibilidade regular do trabalhador no local e horário de trabalho.
Resumindo, os médicos, funcionários públicos pagos por todos nós (por eles póprios inclusive), vêem o simples controlo da sua presença no seu local de trabalho dentro do horário que lhes é exigido, como "uma medida lamentável, imprópria e populista". O certo é que este controlo é feito desde sempre, através de assinaturas num livro de ponto, e sem nunca ter dado lugar qualquer tipo de contestação, o que me leva a crer que os médicos não estão contra o controlo da assiduidade, pois esse controlo sempre foi feito, mas sim à forma como este se vai processar. Com todo este alarido, os médicos mais não estão a fazer que a assumir o habitual incumprimento dos deveres aos quais estão sujeitos enquanto funcionários de um qualquer estabelecimento de saúde, neste caso à assiduidade. Por nenhuma outra razão se compreende que estes não aceitem a mudança do tipo de controlo que já era feito, por um mais eficaz.
Não é com este tipo de contestações que os médicos limpam uma certa "má imagem" que mantêm na opinião pública, pelo contrário, com medidas como aquelas que hoje ocorreram no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, e totalmente apoiadas pelo bastonário da ordem, os médicos só confirmam aquilo que há muito se diz...
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1 comentário:
Concordo contigo, Miguel. Boa parte dos nossos médicos não é assídua. Assim, justifica-se a contestação. No entanto, também é de bom tom lembrar aqueles que, apesar de terem timings bem definidos de trabalho (tempo de consultas, etc) acabam por ficar muito mais tempo do que o definido. E esses não devem gostar muito que se lhes controle a assiduidade. Não sei bem como estão as coisas em termos de horas extraordinárias, mas talvez para alguns faça confusão introduzir tecnologias de impressão digital e n sei mais o quê. Eu não me revoltaria, mas se fosse um desses médicos, ficaria a pensar: "bolas, estou sempre até mto mais tarde do que devia aqui no hospital, e agora até tenho de provar electronicamente isso?". Por outro lado, também pensaria: "bem, ainda bem por um lado, é da maneira que aqueles gajos lá do serviço que raramente cá metem as patas vão estar mais à coca".
Em resumo: acho isto uma faca de dois gumes. Não sei como será feito o controlo, se é só assiduidade ou também pontualidade (lol... risos, muitos). Mas acho perigoso estar a limitar o horário de trabalho de um médico. É que às vezes as coisas funcionam porque há profissionais de saúde que estão a trabalhar fora do estipulado. E eu sei que isto é verdade, estou fartinho de ver.
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