quinta-feira, junho 14, 2007

O poder da Imprensa

Não sendo um assíduo leitor do Abrupto, blogue de José Pacheco Pereira, ocorre-m, de vez em quando, passar por lá e dar uma olhadela. Assim o fiz durante aquilo que se designou por "rivolição", a onda de manifestações que se seguiram ao anúncio de Rui Rio oferecendo um dos melhores teatros nacionais ao encenador Filipe La Féria. Os muitos "posts" que Pacheco Pereira escreveu nessa altura culminaram num artigo no Público (que também li) onde ele justificava a acção de Rui Rio na supostamente baixa afluência de Público aos espectáculos que então se realizavam no Rivoli. Ora, ao que parece, o JN teve acesso a estatísticas do teatro que desmentem peremptoriamente aquilo que Pacheco Pereira então escreveu.
Surge então a questão das "verdades absolutas" e "inquestionáveis" publicadas pela imprensa e o peso que as mesmas têm na opinião pública.
Também há pouco tempo se soube que o passivo da Câmara Municipal de Lisboa era cerca de 4 vezes superior ao passivo acumulado de todas as câmara da Grande Área Metropolitana do Porto, o que vem contrariar outro mito de que as câmaras do Norte do país são mal geridas e corruptas ao contrário da transparência e rectidão das câmaras da Região de Lisboa e Vale do Tejo (não quero com isto dizer que as câmaras da área metropolitana do Porto são bem geridas ou que são alheias à corrupção,ao que parece ainda que mal geridas, conseguem ser melhor geridas que a câmara de Lisboa).
Os factos publicados diariamente nos inúmeros jornais nacionais são quase invariavelmente aceites pelos seus leitores e as verdades e mentiras neles contidos servem de base para todo o tipo de discussões e debates, públicos ou privados. É um poder imenso este, podendo transformar uma vítima num bandido, um herói num vilão, uma mentira numa verdade...e uma mentira dita muitas vezes, transforma-se numa verdade indiscutível...

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