domingo, março 04, 2007

Uma pérola do cinema: Drácula 3000

Caros amigos, vou-vos apresentar o verdadeiro nenúfar, a relíquia-mor alguma vez idealizada pela indústria cinematográfica. Ladies and gentleman - o pior filme de sempre da história do cinema. Acreditem, melhor do que esta preciosidade artística, não irão encontrar. O género, não poderia ser outro: trata-se de mais uma versão a juntar ao monte de excrementos de historiazinhas de vampiros, dráculas e stuff.
Desta vez, a imaginação não teve limites e levaram o senhor drácula para os confins do espaço, em pleno século XXX, a bordo da sua nave espacial sofisticada. Aliás, sofisticação é ingrediente que não falta a esta película, pois só de facto nas mentes mais arrojadas e futuristas é que se poderia prever que o interior de uma nave espacial do ano 3000 se assemelhasse tanto a um submarino russo em avançado estado de decomposição. Pena Álvaro Cunhal já não poder assistir ao ressurgir do seu "sol do mundo" pois, imagine-se, até uma ou outra bandeiras russas se podem vislumbrar de relance no decorrer das filmagens. Quem diria que a humanidade, 1000 anos após, lhe iria dar razão...

Se estão assustados ou com temor do que vão assistir após verem a capa do filme, posso-vos dizer que isto se assemelha, numa comparaçao lisongeadora para este último, à propragranda realizada pelo senhor King Jong II em pleno auge da guerra fria. Não só não aparece no filme nada que se assemelhe ao que se vislumbra nessa imagem, como até dá a entender outra ideia do filme. É que, o meu maior dos espantos, o filme foi englobado na categoria "HORROR"! Posso-vos assegurar que o grande épico "A Pequena Sereia", particularmente a parte em k a bruxa má se transforma num polvo gigante, consegue ser nesses breves segundos mais aterrorizante que este drácula em 86 minutos.

Quer-se dizer, no fundo, uma pessoa até quer entrar dentro do espírito do filme. Mas, acreditem, nem o mais sério dos santos fica indiferente. Mal se se depara com a imagem do drácula, com um vestidinho e uma make-up que até a um transeunte do carnaval do Montijo provocaria o ridículo, por amor de Deus! Até a barriga doi de tanto rir! A accção é inacreditável, desde portas que abrem para o lado que der mais conveniência à acção do momento, passando pela qualidade avassaladora da narrativa (como por exemplo os personagens no âmbito da história estarem a pesquisar o que significa "Deus" e no momento a seguir ouve-se um deles a gritar "Oh my God!"), a inteligência sublime dos diálogos, até aos "combates" estonteantes entre o drácula e o van Helsing em que estes basicamente ficam imóveis na mesma posição enquanto o camera-man dá várias cambalhotas e efeitos giratórios com a câmara e de repente aparece muito sangue.. e à franqueza e infantilidade da personagem do drácula que, perante o mínimo das adversidades, foge para o seu caixão fechando-se. Absolutamente inacreditável! Mas o melhor, para fechar mesmo em beleza, é o final do filme. É um final que inexoravelmente provoca um efeito estático, já a musica final está a decorrer há 5 segundos e ainda estamos a tentar perceber, imóveis, em que parte do filme estamos. Melhor maneira para o descrever é imaginar o realizador dizer "Arre k já se faz tarde!".

Espantoso como actores conhecidos como o televisivo Casper van Diem ou a ex-Baywatch Erikah Eleniak (o que mais se vê no filme é os seios dela a abanarem nas inúmeras filmagens da forma verdadeiramente ridícula como corre) se debruçaram neste trabalho. A melhor forma de experienciarem a película é verem com os amigos, num compartimento bem isonorizado e com muito álcool à mistura. Imperdível!

1 comentário:

Hipercubo disse...

Caro amigo, já há mto tinha lido o post,mas só agora me digno a comentar, pedindo desculpa pelo atraso..;)Cosntribuiste para que um tão mau filme despertasse tanta curiosidade..hehehe

Não posso esperar por vê-lo...