quarta-feira, junho 04, 2008

Que amigos nossos que eles são

Podemos ser benfiquistas, portistas, sportinguistas ou adeptos do passarinhos da ribeira. Podemos ser católicos, muçulmanos, judeus ou budistas.
Podemos gostar mais do azul ou do vermelho...
...mas não podemos negar a verdade quando a vemos, não podemos exigir justiça e depois ignorá-la para obtermos mais facilmente os nosso propósitos.

Não juro a inocência de alguém quando não tenho dados que o suportem, da mesma forma que não a condeno nas mesmas condições.
Não garanto que o Pinto da Costa jamais foi corrupto, assim como não o faço em relação a Luís Filipe Vieira ou a Filipe Soares Franco, mas não tento incriminar qualquer um destes sem olhar a meios e num processo obscuro e absolutamente inverosímil.

Abaixo transcrevo um artigo do JN de Domingo abordando a forma como a FPF comunicou à UEFA a situação do FCP...

Palavras para quê?


Federação Portuguesa de Futebol, através de um seu funcionário, o advogado João Leal, comunicou à UEFA a condenação do F. C. Porto pela Comissão Disciplinar da Liga da forma mais negativa possível, fazendo os possíveis para que a UEFA exclua os portistas da Liga dos Campeões. Ao invés de tentar proteger o seu filiado, como é sua obrigação e sempre fez, ou como fazem as outras federações, a FPF começa por dizer que o campeão nacional "has committed the very serious disciplinary infrigement of corruption of the refereeing team" [cometeu a infracção disciplinar muito grave de corrupção da equipa de arbitragem] e só 22 palavras mais à frente, no meio de referências jurídicas, e em itálico é que se lê "as an attempt" [na forma tentada]. Mais, o denodo com que João Leal, director do Departamento Jurídico da FPF, escreve que o F. C. Porto não recorreu e omite que o recurso de Pinto da Costa pode ter óbvios efeitos sobre a condenação do clube caso venha a ser considerado procedente pelo Conselho de Justiça indicia uma inaceitável tomada partido. Diabolizando o F.C. Porto, claro!

À Federação, aos seus órgãos e aos elementos que os integram exige-se distanciamento e imparcialidade. Lendo o fax que a FPF enviou para a UEFA percebe-se que não há distanciamento, nem imparcialidade. Falando claro, João Leal enviou uma comunicação que abre caminho à exclusão do F. C. Porto, em benefício especialmente do Benfica, que assim poderá chegar à Champions através da terceira pré-eliminatória, mas também do Guimarães e até do Braga.

A FPF tem todo o direito de achar que a condenação do F. C. Porto pela Comissão Disciplinar da Liga foi curta, mas é incompreensível que agora vista publicamente a pele de cordeiro ao dizer que é assunto que não lhe diz respeito e na privacidade da comunicação com a UEFA use o fato de lobo mau e tente empurrar o campeão nacional para o cadafalso.

Em suma, este é um óbvio caso de tráfico de influências e a federação terá de se explicar.

in JN 1/06/08

2 comentários:

We Are Machines Of God disse...

Pura demagogia sobre um fax "exigido" por parte da UEFA à federação. Só os azuis é que veêm mal nisso.

Hipercubo disse...

engraçado que a demagogia é só às vezes...

A questão nem é o fax que a UEFA exigiu, é aquele que a FPF escreveu. Mais, como o escreveu e, mais ainda, por quem foi escrito.

Claro que muito antes da UEFA pedir o que quer que seja, já um clubezeco que NUNCA fala no FCP, diria mesmo que nem sabe que o FCP existe (a não ser quando perde contra ele) já tinha mandado um fax à UEFA a dar a sua versão dos acontecimentos...